Ao contrário do que muita
gente pensa, escrever para criança é uma das tarefas mais delicadas a qual um
escritor possa se entregar. As exigências são inúmeras e, nenhuma delas,
compreende como obrigação que aquele que escreva para a pivetada deva ser pai,
mãe, tio ou outro parente qualquer devotado a fazer a criançada feliz.
Certamente que se essa aproximação existe, muito melhor para o escritor(a),
pois terá certa facilidade em transpor para o papel algo que conhece de perto.

A literatura infantil, no
Brasil, é devedora de respeito e eterno agradecimento a pelo menos dois grandes
mestres: Ziraldo e Mauricio de Sousa. É claro que entre Flicts, Menino maluquinho e
Turma da Mônica, muita água já rolou
por debaixo da ponte das histórias infantis produzidas no país. Mesmo assim,
esses trabalhos continuam como referências clássicas, encantando uma geração
após a outra. E o que fizeram Ziraldo e Mauricio de Sousa para alcançar esse
estágio? Os dois grandes autores aprenderam como encantar o coração de uma
criança, passando a contar histórias que fazem com que o pequeno leitor acesse
mundos diferentes sem precisar sair do sofá.

Da Argentina, por
exemplo, e já devidamente traduzido para o português brasileiro e ditado pela
SUR Livro, tem-se a “Coleção Antiprincesas”, que traz um proposta diferenciada
ao transformar em história infantil a biografia de grandes nomes da História. Dessa
forma, de maneira bastante didática, a criança pode entrar em contato com a
história de vida de Júlio Cortázar, Violeta Parra, Clarice Lispector e Frida Kahlo,
por exemplo. As histórias são, como já se diz na capa dos livros, “para meninos
e meninas”. Um bom exemplo do que afirmamos, é o livro Frida Kahlo para meninos e meninas (2015), com história de Nadia Fink e ilustrações de Pitu Saá.
Do Brasil, gostaria de
chamar a atenção para o trabalho de André Neves, especificamente uma história
maravilhosa chamada Lino, de 2010,
com reimpressão em 2013. Em Lino,
Neves é ao mesmo tempo o autor do texto e das ilustrações. O referido trabalho
foi publicado pela editora Callis, passando a compor a Coleção Itaú de livros
infantis. Trata-se da história de amizade entre o porco Lino e a coelha Lua. Sem
mais spoilers para o momento. A história
de André Neves é mágica pura!
De leitura imperdível,
chamo a atenção para Revirando meu guarda
roupa (2017), de Fernanda de Façanha. O trabalho foi publicado pela editora
Caminhar e foi ilustrado por Eduardo Azevedo. A história que Fernanda conta parte
daquelas coisas que todos nós guardamos em algum cantinho das nossas memórias,
como as brincadeiras vivenciadas na infância, quando arriscamos nossos
primeiros voos.

Os livros e autores que
apresentamos aqui, nessa brevíssima resenha, não constituem nem um milésimo do
que se produz de literatura infantil mundo afora. E nem é essa nossa pretensão.
São, na verdade, apenas algumas das nossas leituras nesse campo. Ficam aqui,
então, as dicas da boa literatura infantil que tem sido produzida por aí.
Grande abraço!
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