Para Tarsila, minha filha
- Jamais permita que a vida lhe assuste -
Publicado primeiramente
no ano de 1993, Life doesn’t frigthen me é
um poema de autoria da poetisa Maya Angelou (1928 – 2014), ricamente ilustrado
com pinturas originais de Jean-Michel Basquiat (1960 – 1988). Trata-se do
encontro de dois dos maiores nomes das artes mundiais em um mesmo trabalho,
colocando poesia e artes plásticas em diálogo.
Maya Angelou |
É claro que não se trata “apenas”
dois autores, mas de dois nomes referencias para a arte produzida do contexto
do século XX. Arte esta eivada de toda as provações e desafios pelos quais
passaram os dois autores, ambos negros, no cotidiano de preconceito e
discriminação recorrente na sociedade norte-americana, na qual estavam
inseridos. O nome da obra em questão já deixa claro que seus autores jamais
permitiram serem encurralados pela vida. Caso tivessem permitido serem
assombrados pelos percalços da vida jamais teriam se tornado quem se tornaram.
Embora tendo sido
publicado no ano de 1993, Life doesn’t frigthen
me, organizado por Sara Jane Boyers, só foi publicado no Brasil no ano de
2018, pela editora DarkSide Books, do Rio de Janeiro, com tradução de Anabela
Paiva. Trata-se da edição comemorativa de 25 anos.
Reproduzimos aqui, o que
escreveu Sara Jane Boyers no posfácio à edição brasileira. Diz ela:
Jean-Michel Basquiat |
A vida não me assusta é sobre
experiências de vida. É sobre perseverança e orgulho, sobre encontrar-se com a
história da própria vida, sobre o bom e o mau, e sobre utilizar tudo aquilo que
nos influencia e nos afeta – nossas famílias, nossa cultura, o dia a dia do
nosso planeta – para nos apoiarmos e nos reinventarmos constantemente. Este
livro que você tem em mãos é a reflexão sobre o trabalho de dois artistas
negros fabulosos, de universos bastante diferentes, com experiências de vida,
contextos econômicos e estéticos completamente distintos. Suas obras artísticas
singulares, geralmente marginalizadas devido às questões raciais, são
manifestações marcantes de obstáculos superados apenas por conseguirem se fazer
serem vistas e ouvidas. Ao colocarmos suas criações lado a lado nesta obra,
concebemos uma nova história para ambas – uma nova história para cada um de nós
-, e ela faz um convite a todos para que a gente escreva as nossas próprias
histórias, em nossos próprios termos (....).
A palavra poética de Maya
Angelou unida ao traço de Basquiat tornam A
vida não me assusta num perfeito exemplo de arte atemporal, indicada para
crianças de todas as idades. Para todos aqueles que gostam de literatura,
especificamente poesia, e artes plásticas, a obra em questão é de leitura
indispensável.
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