O ano de 1968 tornou-se emblemático
por ter abrigado inúmeras e diversas “revoluções”. Das tantas que ali surgiram,
muitas foram responsáveis por moldar o mundo nos seus aspectos sociopolíticos e
culturais. No Brasil, há quatro anos, a ditadura corria solta. O golpe civil-militar
de 1964 falava cada vez mais grosso e reprimia com mãos de ferro aqueles que se
lhe opusessem. O Vietnã ardia. Mick Jagger, o líder dos Rolling Stones dava o
ar da graça no Rio de Janeiro. Leila Diniz e Brigite Bardot desafiavam coro dos contentes. Um tiro covarde apaga
Martin Luther King. Matam mais um Kennedy. A passeata dos cem mil diz não à
repressão institucionalizada no Brasil. Atentados, mortes, prisões, golpes de
estado, sonhos, avanços na medicina, conquistas... primaveras.
Como bem diz Cristina
Serra na orelha do livro: “o mundo e o Brasil não seriam os mesmos depois do
mítico 1968”. Os fatos, personagens e
lugares descritos por Sander são indispensáveis para se compreender o ano em
questão. É claro que o autor priorizou um recorte que pudesse caber no livro,
pois sabemos que muito mais poderia ter sido dito. Contudo, é fabulosa a viagem
que o autor nos proporciona, quando nos permite ver o ano de 1968 e seus
desdobramentos cinquenta anos depois. Se fosse apenas por isso, o livro de Roberto
Sander já valeria a pena. Mas eis que o trabalho vai além, quando se considera
a qualidade leve e didática do texto, assim como o embasamento histórico dos
acontecimentos, apresentados de maneira bastante convidativa. Dessa maneira, 1968: quando a terra tremeu (2018), de
Roberto Sander se mostra como leitura indispensável para todos aqueles
interessados nas revoluções que moldaram o século XX. O trabalho em questão foi
publicado pela editora Vestígio.
Outro ponto positivo no
livro de Sander é a maneira como o trabalho foi organizado, ou seja, o autor
evitou a divisão em capítulos, literalmente falando, optando por colocar cada mês do ano de 1968 como sendo
cada capítulo. Assim sendo, o livro está organizado em doze meses, ou doze
capítulos, indo, é claro, de janeiro a dezembro. Cada mês / capítulo contém em
média sete fatos, que abarcam aqueles de caráter nacional e mundial. O livro
conta ainda com uma apresentação, escrita pelo próprio Sander na primavera de
2017, bem como três páginas de bibliografia. A contracapa traz uma breve nota
escrita por Ruy Castro. Ao todo, são 303 páginas sobre um dos anos mais
impactantes, em todos os aspectos, da história da humanidade.
Roberto Sander |
O ano de 1968 pôs o mundo na
estrada, caminhando e cantando. Os detalhes?
Lá, em 1968: quando a terra tremeu.
Lá, em 1968: quando a terra tremeu.
Boa leitura!
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