A
frustração, dizem os manuais de Psicologia, é o estado criado em uma pessoa ou
no organismo quando os objetivos não são satisfeitos. É um estado interno,
devido à falta do objeto. Se falta algo a uma pessoa, mas ela não se sente
motivada para preencher essa lacuna, não há frustração. Consequentemente,
frustração não é apenas a falta de algo, mas a reação por causa dessa falta.
Edward Albee encontrou nas pessoas da sociedade moderna, material suficiente
para criar algumas de suas melhores peças. Percebe-se no autor, enorme
interesse em capturar comportamentos humanos, muitas vezes escondidos na vida
cotidiana. A vida é um campo cheio de idéias, sucesso, frustração, desejos e
interesses pessoais que, na realidade, são responsáveis por manter a vida em movimento. Para
aqueles que conseguem obter aquilo que de melhor a vida oferece, tudo bem. Aos
outros, resta muitas vezes a frustração, uma vez que a vida torna-se difícil e,
não raramente, cruel.
Em Quem Tem medo de Virginia Woolf, lançado entre 1961 e 1962, Albee traça um brutal retrato de um casal acadêmico alcoólatra. Nessa peça, o autor de The Zoo Story (1959), conhecido pela intensidade, o realismo e a experimentação de seus textos, aponta o dedo para a ferida da frustração. Embora não muito clara no início, torna-se mais evidente à medida que a peça se desenvolve. Martha e George podem ser vistos como típicos exemplos de frustração. Vivem uma vida de aparências, baseada em brigas e mentiras e ataques pessoais, além de demonstrarem completa insatisfação com os empregos que têm. Martha e George têm diferentes hábitos e gostos diferentes. A maneira como um age faz com o outro fique triste, deprimido.
Em Quem Tem medo de Virginia Woolf, lançado entre 1961 e 1962, Albee traça um brutal retrato de um casal acadêmico alcoólatra. Nessa peça, o autor de The Zoo Story (1959), conhecido pela intensidade, o realismo e a experimentação de seus textos, aponta o dedo para a ferida da frustração. Embora não muito clara no início, torna-se mais evidente à medida que a peça se desenvolve. Martha e George podem ser vistos como típicos exemplos de frustração. Vivem uma vida de aparências, baseada em brigas e mentiras e ataques pessoais, além de demonstrarem completa insatisfação com os empregos que têm. Martha e George têm diferentes hábitos e gostos diferentes. A maneira como um age faz com o outro fique triste, deprimido.
Apesar de ser extremamente frustrado, George sabe como lidar com toda a mediocridade que o cerca. Ele sabe muito bem até onde pode ir. Às vezes, sua frustração por não ser o chefe do Departamento de História quase o põe abaixo, mas ele sabe sempre como reassumir o controle da situação. George tem plena consciência da sua situação na vida, bem como sua competência profissional. Ele costuma dizer que é necessário ser cauteloso e deixar que as coisas aconteçam.
Martha apresenta-se como o mais forte exemplo de frustração: uma marionete nas mãos do próprio
A frustração ocorre em cores mais fortes quando George e Martha têm que ser, por apenas uma noite, anfitriões para Nick e sua esposa Honey. Eivada de diálogos pra lá de cruéis, a noite do casal não demonstra apenas a frustração, mas o quanto George se vê como um derrotado. O mundo de George, assim como o mundo real, é puramente físico e neutro. Frustração também causa reações de defesa. Assim, quando George e Martha dançam, bebem e brigam estão, provavelmente, apenas tentando evitar uma vida menos ansiosa.
As pessoas comportam-se e agem movidas por diferentes motivações. Quando não conseguem obter satisfação para suas necessidades, tentam alcançá-la por formas diferentes, nem sempre aceitáveis, embora capaz de trazer sentimento de calma e realização pessoal. Contudo,
A frustração é a ausência ou a perda de algo capaz de fazer com que certas pessoas se sintam inferiores. Isso talvez explique o motivo pelo qual George e Martha não reajam, não tentem se assumir como sujeitos de suas próprias vidas. Por razões não tão claras, George e Martha não agem livremente, havendo sempre um mistério no ar, quando jogam seu jogo. Há, dizem os especialistas, algumas reações defensivas comuns àqueles que têm algum tipo de complexo de inferioridade. Por exemplo, costumam desenvolver um discurso agressivo como forma de autoproteção. Eles humilham e atacam os outros, uma vez que isso os faz sentirem-se bem e superiores.
Ao final da peça, George canta a música que costumava cantar sempre que estavam juntos “Quem tem medo de Virginia Woolf, Virginia Woolf, Virginia Woolf”. Pode-se inferir, assim, que a canção servia como forma de esconder a frustração que sentiam, ou ainda, apenas uma forma de tentar espantar a solidão e a tristeza.
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