segunda-feira, 19 de março de 2018

DIZEM QUE AS AVÓS SÃO ESTRELAS, DE CAUÊ JUCÁ


Conforme o dicionário Aurélio (2010), avó é um substantivo feminino originário do latim aviola, que significa “a mãe do pai ou da mãe”. A definição que nos é apresentada é bastante limitada e, nem de longe, dá conta daquilo que representa uma avó na vida da maioria das pessoas. É claro que nem todo mundo teve a sorte de desfrutar dos carinhos, agrados e mimos que as avós costumam dispensar aos seus netos, assim como nem todas as avós são Avós.

Os avôs também merecem toda nossa consideração, como é o caso de Gus, o avô do guitarrista do Rolling Stones, Keith Richards. Foi ele quem deu ao Keef seu primeiro violão e sobre quem esse blog já discorreu, quando resenhamos o livro Gus e Eu: a história do meu avô e do meu primeiro violão (2015). A resenha do livro de Richards está disponível em http://blogdocarloscarvalho.blogspot.com.br/2017/11/gus-e-eu-de-keith-richards.html. Hoje, no entanto, é das avós que falaremos. Não falaremos, pelo menos na presente resenha, das avós da Praça de Maio, nem da avó desalmada de Cândida Erêndira, mas especificamente da vovó Rita.

Vovó Rita é daquelas avós que encantam todo e qualquer tipo de neto. É uma personagem encantadora, que habita as memórias do escritor Cauê Jucá, tendo sido transportada por ele para a história infantil Dizem que as avós são estrelas (2017), publicada pela editora Darda. A história que Cauê Jucá nos conta é sobre os laços de amizades entre uma avó (Rita) e sua neta (Maria), mas é também sobre o amor universal e incondicional que une avós e  netos desde que o mundo é mundo. Que neto resiste à tentação de uma agrado de avó? E mais irresistível ainda se esse agrado se resume a comer, devagarzinho, cajá tirado do pé!

Sobre a narrativa  Dizem que as avós são estrelas, observemos o que afirma Lúcia Jucá:
Todos nós temos ou tivemos uma avó. Mas só quem conviveu bem de perto com ela, amou e foi amado, consegue medir o tamanho desse sentimento que ultrapassa todas as barreiras e transforma vidas. Amor de avó é aviso, verdade, aconchego, ensinamento e até castigo...Cheiro de avó é inesquecível! Cauê consegue falar de tudo isso de forma simples, objetiva e profunda (toca a alma). Até quando avó vai embora é diferente. Parece que vamos encontra-la daqui a pouco para fazer um lanche, ler um livro, trocar ideias, abraços, segredos e carinhos. Lugar de avó é dentro do nosso coração, e a saudade dela nos dá força para seguir em frente.
O título do livro de Jucá nos remete a duas referências: o livro Dizem que os cães veem coisas (1987), de Moreira Campos, bem como ao verso “... como uma estrela/Agora, eu sou uma estrela”, do poema Agora eu sou uma estrela, de Fernando Faro. A narrativa de Cauê Jucá lida muito delicadamente com a ideia da perda/morte, que é sempre um assunto muito difícil de ser abordado em livros para crianças.

Cauê Jucá
Na obra em questão, ao abordar o tema, o autor recorre à metáfora das pessoas que “viajam” para o céu sem avisar, tornando-se estrelas a iluminar a vida daqueles que ficam. 

Dizem que as avós são estrelas é um belo trabalho de literatura, para crianças de todas as idades. É uma grande oportunidade de, por intermédio dessa leitura, nos reencontrarmos com nossas avós-estrelas.

Boa leitura!

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