Aqueles que ainda
acreditavam que poderia existir alguma “bondade” no coração da elite brasileira,
parecem ter perdido toda a esperança (e toda a ingenuidade) no curso do ano de
2016. Foi durante esse fatídico ano que a elite predatória brasileira
escancarou geral o seu ódio de classe, bem como sua determinação de se manter
no poder a qualquer custo. Aos menos favorecidos, a chibata e o açoite. Estava soterrada
toda e qualquer possibilidade de emancipação das minorias (na verdade,
maiorias). O Brasil e sua elite provinciana, respaldada pelo monopólio da mídia
e pela mão pesada do judiciário (que não deve ser confundido com Justiça)
passou a prender e arrebentar todos aqueles que insistiam em alguma forma de
subversão. Provas? Isso não vem ao caso.
A criatura está fora de
controle. Essa ação, no entanto, não é recente, mas sempre se manteve latente
desde o período da escravidão. A escravidão continua sob outras formas e os
donos do poder nem se dão mais ao trabalho de maquiar seus projetos de
manutenção de uma sociedade que atenda apenas aos seus desejos e ansiedades
políticas e econômicas. Ao restante da população foi destinada a miséria, a
ignorância e o atraso.
É sobre questões desse
tipo que trata o livro A elite do atraso:
da escravidão à Lava Jato (2017), de Jessé Souza, publicado pela editora
Leya. O livro está organizado em quatro grandes partes. A primeira “O racismo
de nossos intelectuais: o Brasileiro como vira-lata” (p. 11-35). A segunda
parte é denominada de “A escravidão é nosso berço” (p. 36-72). A terceira
parte, por sua vez, é “As classes sociais do Brasil moderno” (p. 73-180).
Fechando o trabalho, tem-se a parte denominada de “A corrupção real e a
corrupção dos tolos” (p. 181-234).
Jessé Souza |
A
elite do atraso: da escravidão à Lava Jato (2017),
juntamente com A ralé brasileira: quem é
e como vive (2009), ambos de Jessé Souza, já podem ser considerados
clássicos indispensáveis para se compreender o que fizeram com esse país e com esse povo. A leitura é obrigatória!
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