segunda-feira, 22 de agosto de 2016

XVIII PRÊMIO IDEAL DE LITERATURA - PRÊMIO BARROS PINHO

Muito se tem falado a respeito do desaparecimento do livro. No trabalho intitulado Não contem com o fim do livro  (2010), publicado pela editora Record, com tradução de André Telles, Jean-Philippe de Tonnac é o responsável por coordenar uma conversa a esse respeito, entre Umberto Eco e Jean-Claude Carrière. No bate-papo, os dois grandes autores falam do papiro ao arquivo eletrônico, abordando os cinco mil anos da história do livro, culminando no óbvio, ou seja, que as revoluções tecnológicas não acabarão com o livro. 

Recorro ao Não contem com o fim do livro, com o intuito de  apontar que embora o livro, tal qual o conhecemos hoje, esteja assumindo uma outra forma de suporte, está longe de deixar de existir. Uma prova do que afirmo é que nunca se publicou tanto mundo afora. Dentre os vários tipos de publicações, pululam por todo o Brasil, coletâneas, antologias e premiações diversas; o que acabam por impulsionar o mercado editorial, assim como dar certo destaque para novos autores. Sabemos, no entanto, que não basta publicar sem que haja um plano de divulgação, principalmente para aqueles autores que não são "grandes" ou que não são indicados por aqueles que já são "grandes". Ser um novo escritor em um país onde ainda se lê muito pouco e no qual as editoras se agarram com unhas e dentes à mesmice, ou ainda onde os clássicos não lêm os contemporâneos, nem os contemporâneos lêm os clássicos,  fica tudo muito complicado.

Alguns autores têm conseguido se destacar, quando são agraciado em premiações literárias, principalmente naquelas de relevância nacional. Muitas vezes, no entanto, as premiações se resumem à uma edição tímida e, quando envolve dinheiro, a soma é mais tímida ainda. Seria de muito bom tom que esse tipo de premiação passasse por uma repaginada, deixando de ser apenas mais uma atividade social  na agenda de um Clube, de uma associação ou de uma universidade, por exemplo, passando a ser algo de caráter mais relevante. 

Essa  questão me vem à mente, enquanto leio a mais recente edição do Prêmio Ideal de Literatura, um dos prêmios mais prestigiados no meio literário cearense. A edição em questão, de 2016, foi dedicada à poesia e recebeu o nome de "Prêmio Barros Pinho", consistindo em uma homenagem ao poeta recentemente falecido. O grande vencedor da edição deste ano foi o poeta Felipe de Abreu Fortaleza, com o poema intitulado "Somente a vida" (p. 31 - 32) . Além do primeiro colocado, quinze poetas foram agraciados com menção honrosa e trinta e três como destaques.

A comissão julgadora do referido Prêmio foi composta pelos poetas Regine Limaverde, Dimas Carvalho e Hermínia Lima. A consultoria ficou sob a responsabilidade da poetisa Aíla Sampaio, enquanto a coordenação foi feita pelo poeta, membro da Academia Cearense de Letras, Carlos Augusto Viana. A edição do XVIII Prêmio Ideal de Literatura já está devidamente publicada e em circulação. 

Embora ainda engessadas, tais premiações são necessárias para que se mantenha certa movimentação cultural, especificamente literária, nas cidades do país. Dessa forma, é possível provocar diálogos entre escritores  municipais, estaduais e federais, sem a preocupação de se saber quem tira ou deixa de tirar ouro do nariz.









Nenhum comentário:

Postar um comentário